O crime ocorreu no início da madrugada desta segunda-feira (31).
Segundo a polícia, as vítimas são: Fabiana Benites Amarilha, de 36 anos, uma idosa, inicialmente identificada como Liria Isnarede Batista, e uma criança de apenas um ano de idade.
A autora dos crimes seria uma mulher, de 29 anos. De acordo com a polícia, ela teria invadido o imóvel, desferido um "golpe contundente" contra a idosa, utilizando um pedaço de concreto. Em seguida, asfixiou o bebê. A terceira vítima, Fabiana, dormia no quarto enquanto a autora incendiou a casa utilizando um líquido inflamável.
Ao fugir do local, a autora teria sofrido queimaduras, o que levou os investigadores a desvendarem seu envolvimento.
"Durante a apuração, a Polícia Civil conseguiu identificar uma mulher com sinais evidentes de queimaduras recentes, compatíveis com o lapso temporal em que o crime teria ocorrido. As lesões foram analisadas pela perícia médico legista e reforçaram os indícios de sua participação no evento criminoso", informou a corporação, em nota.
Testemunhas que presenciaram os fatos também teriam corroborado a versão apresentada pela polícia.
A aldeia onde o crime ocorreu está situada em uma área reivindicada por povos originários, mas que sofre por conflitos históricos com proprietários rurais pela posse das terras.
Ainda não há indicação de que o crime esteja relacionado a essa disputa.
Os corpos das três vítimas foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Dourados, que fica a cerca de 230 quilômetros (km) de Campo Grande.
Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) diz repudiar "todo e qualquer ato de violência contra os povos indígenas e acompanha o caso dos indígenas carbonizados na retomada Avaeté em Dourados (MS), por meio do seu Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas (DEMED)". Uma equipe da pasta foi enviada ao local para auxiliar no caso.
O MPI também informou ter acionado o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Polícia Federal no Mato Grosso do Sul "para solicitar a investigação do crime em regime de urgência, pelas constantes ameaças, violações territoriais e atos de violência sofridos pelos Guarani e Kaiowá".